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Juiz italiano quer ajuda do Brasil no caso Parmalat

Um dos juízes responsáveis pelas investigações da crise da Parmalat, Francesco Greco, disse à BBC Brasil que quer ajuda da Justiça brasileira para esclarecer o caso.

Um dos juízes responsáveis pelas investigações da crise da Parmalat, Francesco Greco, disse à BBC Brasil que quer ajuda da Justiça brasileira para esclarecer o caso.

“Se a procuradoria de Parma não abrir um diálogo com a magistratura brasileira, eu o farei.”

Essa afirmação foi feita nesta quinta-feira pelo juiz, que falou com exclusividade à BBC Brasil, no Palácio de Justiça de Milão. Greco fez parte do grupo de juízes da “Operação Mãos Limpas”, que desmontou um esquema de corrupção política na Itália nos anos 90.

O objetivo dos investigadores é seguir o fluxo do dinheiro da Parmalat, principalmente do ponto de vista dos bancos e dos investidores.

Lavagem de dinheiro

Mas a dimensão desses fluxos ainda não está muito clara. Por enquanto, há diversas hipóteses que a magistratura está examinando, inclusive as indicações sobre a Carital Brasil e a Winshaw, feitas pelo ex-contador da Parmalat Gianfranco Bocchi.

Ele confirmou que, entre os institutos bancários observados, está o grupo Santander.

Quanto à situação da Parmalat Brasil, “é de competência dos magistrados brasileiros”, disse Greco, que ressaltou a importância de um intercâmbio.

”Mas nós nem sabemos se a questão depende da Justiça Federal ou Estadual”, comentou, confirmando também que existe um ”problema América do Sul”, a componente do grupo Parmalat que mais perdia dinheiro.

”É preciso descobrir se o que aconteceu foram perdas gestionais ou fruto de ações não corretas”, disse.

Francesco Greco, que esteve no Brasil duas vezes convidado para conferências na época da ”Operação Mãos Limpas”, confirmou que fala-se muito da América Latina como a “pátria da lavagem de dinheiro”.

“O Brasil também foi usado por grupos europeus e, sobretudo, italianos para esconder prejuízos”, declarou.

A Justiça italiana, através dos juízes de Milão e de Parma, ainda está tentando estabelecer a verdadeira dimensão do rombo da Parmalat e suas ramificações.

Para isso, o trabalho do comissário extraordinário Enrico Bondi e de seus assistentes é fundamental. Bondi assumiu o posto do fundador e ex-presidente da Parmalat, Calisto Tanzi, e sua tarefa agora é reestruturar a empresa.

Eles devem concluir a análise da situação financeira até o final do mês e, em fevereiro, apresentar seu plano industrial.

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