seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

Juiz determina desocupação de fazendas no MS

O juiz federal Odilon de Oliveira, 54, determinou hoje a desocupação de 14 fazendas invadidas desde o dia 20 de dezembro por 3.000 índios das etnias guarani e caiuá em Japorã (464 km de Campo Grande).

O juiz federal Odilon de Oliveira, 54, determinou hoje a desocupação de 14 fazendas invadidas desde o dia 20 de dezembro por 3.000 índios das etnias guarani e caiuá em Japorã (464 km de Campo Grande).

Oliveira deu prazo de três dias úteis, a contar da notificação, para a Funai (Fundação Nacional do Índio) desocupar as áreas sob pena de multa diária de R$ 2.000.

“É bem capaz disso acabar em morte de branco ou de índio”, disse à Agência Folha o guarani Gumercindo Fernandes, 38. Segundo ele, os índios vão resistir a uma desocupação.

Se, após o prazo dado à Funai, as propriedades continuarem invadidas, a Polícia Federal deverá realizar a desocupação, determinou Oliveira.

A decisão do juiz foi tomada em seis processos movidos por 13 ruralistas. Oliveira afirma que são 14 áreas invadidas. Os índios dizem que estão em sete e o MNP (Movimento Nacional dos Produtores) relaciona 11 fazendas e dois sítios, enquanto a Polícia Civil registrou seis invasões. A última delas ocorreu no dia 7, segundo MNP.

As lideranças indígenas, segundo Fernandes, ouviram a notícia sobre a decisão pelo rádio. “O juiz deveria vir aqui dizer de boca o que ele decidiu”, afirmou. No dia 9, Oliveira foi a uma das fazendas em busca de acordo. Na ocasião, disse que “não estava ali para despejar ninguém”. Hoje, Oliveira não deu entrevistas.

O administrador regional da Funai, Wilian Rodrigues, disse que vai recorrer da decisão do juiz. Segundo ele, a Funai não pode ir contra os interesses dos índios, que se recusam a deixar as fazendas, e nem tem estrutura para fazer a desocupação.

Por meio de sua assessoria, o superintendente da PF Wantuir Brasil Jacini informou que após ser notificado da decisão deve falar sobre a operação na região de conflito, mas adiantou que uma ação policial demanda tempo.

Em novembro passado, para retirar 250 índios de uma fazenda em Dois Irmãos do Buriti (98 km de Campo Grande), a PF usou ao menos cem policiais.

Furto de gado

Dono da fazenda Ressaca, o pecuarista Flávio Teles de Menezes, 58, disse ter recebido informações sobre furto de gado nas áreas invadidas. Os animais estariam sendo levados para o Paraguai.

Cerca de 5.000 cabeças estão nas propriedades tomadas pelos índios.

O advogado José Ipojucan Ferreira, que representa os fazendeiros, disse que pelo menos oito caminhões carregados com gado podem ter saído das fazendas nos últimos dias.

As lideranças indígenas relataram ao juiz que o gado é levado por ladrões vindos do Paraguai. Os índios queriam a retirada dos animais para não serem acusados do furto.

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Servidora que cobrava por quitação eleitoral é condenada por improbidade administrativa
Alienação mental decorrente de Alzheimer pode ser reconhecida para isenção de imposto de renda
Justiça define que valores até 40 salários-mínimos para sustento da família são impenhoráveis